terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Para que não se perca : este e outros!

      

       Ele não costuma escrever. Quase que, apenas, cartões - de aniversário ou de boas festas. Mas escreve sempre nos papéis dos presentes que dá para os seus amores :  nos meus e nos dos netos principalmente... nesses é que tenho notado! A frase que dá título a esta postagem já tem bastante tempo, ele a escreveu em minha agenda no nosso primeiro encontro (porque eu pedi, claro!). Suscinto, mas pleno em significados. Como ele todo.
       Penso que ele, mais do que qualquer outra pessoa que eu conheça, ama as palavras loucamente e de todas as formas: ditas, impressas - em livros, jornais, revistas (é um leitor compulsivo, sempre tem leituras ao seu redor, em andamento) - ouvidas, rabiscadas, contadas, sussurradas, de todo jeito. Como as ama! Como as usa em suas conversas longas e prazerosas, regadas a café ou cerveja ou a seco mesmo! Costumamos dizer (quem o conhece bem), quando estamos com curiosidade ou dúvida sobre alguma coisa, que basta perguntar-lhe: sabe tudo, ou um pouco de quase tudo. Mas sempre, com certeza, mais do que sabemos - a não ser, é claro, o que for da nossa especialidade. Curioso é que este homem, que ama as palavras desta maneira, seja quase uma ostra quando se trata de falar de si, de seus desejos, de seus sonhos, de seus amores. Aí, emudece.
       Talvez, por conta desta dificuldade, eu não tenha tido outra alternativa, há uma década atrás, senão a de pendurar-me em seus braços e tascar-lhe um beijo! Ora, não iria perdê-lo sem ao menos tentar! Esta é uma das vantagens de amadurecer : já não nos incomodamos mais em pagar mico se queremos ser felizes! Perguntas? Claro que fiz. E faço. Todas as possíveis e imagináveis (e olha que a minha imaginação é fértil que só!), mas a resposta é única: AMOR DA MINHA VIDA, AMOR DA VIDA TODA... como conseguiu escrever no papel do meu presente de Natal de há uns três ou quatro anos.
       Isto mesmo, o meu segundo casamento, de há quase dez anos atrás, foi com o rapaz que me acompanhou ao baile de formatura no ano de 1.971! E, embora o tempo tenha transformado nossos corpos nos de um casal na  beirola da terceira idade, seus olhos apertadinhos e escuros ainda têm o mesmo brilho que me encanta. E ainda gostamos de conversar muito ouvindo boa música. E assistimos a filmes incríveis, lindos, divertidos, tristes ou confusos, deitados na cama de mãos dadas às duas, três da manhã! E gostamos de rir muito juntos, rimos de muitas bobagens e sacanagens que digo (adoro falar um besteirol!) e sentimos um prazer enorme em estar ao lado um do outro em silêncio, só trocando olhares entre uma leitura de jornal e uma feitura de crochê. Também gostamos de cozinhar juntos ou cozinhar um para o outro (ele faz umas sopas e uns sucos, divinos!). E amamos subir a Serra, indo à Nova Friburgo, para ver e brincar com os netos - que são meus de sangue e dele de coração - para os quais somos os heróis, os sabidões, os espertinhos. Na verdade, para eles, os netos, ele é "cheio de truques"!
       Ah, mas vocês devem estar em cólicas para saber a tal história da namorada e por que ele não me contara que estava namorando! Por que terá sido?  Por quê? Confesso que ainda não sei. Mas também nem quero saber mais, já não tem a menor importância. E por que será que não nos casamos e formamos a nossa família desde a juventude?  Ah, disto eu já sei e muito bem sabidinho! É porque Deus tinha planos bem mais importantes para nós dois do que o meu sonho adolescente. Deus sabia que eu tinha que ser forte para quando ele vivesse a dor maior de qualquer pai, que é a de perder um filho - e ele perdeu dois filhos ao mesmo tempo, junto com o seu irmão, num trágico acidente. Portanto, se tivéssemos namorado e casado na juventude, se eu fosse aquela mãe que perdia os filhos junto com ele, não teria como apoiá-lo e fortalecê-lo na caminhada por vir. E ele tinha que estar se recuperando da dor, já em processo de fortalecimento,  para ajudar-me a cuidar do meu pai enfermo, por quase dois anos, até o dia de enterrá-lo. Precisaríamos um do outro para sempre, mas não desde aquela época. O nosso tempo presente ainda não era aquele, seria lá adiante, no futuro, ainda estava por vir. E veio. No dia certo, na época certa e, como em TODO SENTIMENTO (aquela minha música favorita com a letra do Chico Buarque), veio no tempo da delicadeza. 
   
         Este é o nosso amor de toda a vida e o nosso amor da vida toda!
                                      
        Cléa Siqueira
          
  •      - O chapéu protege a cabeça (que já não tem tanto cabelo: está ficando carequinha feito um frade!) e os meus cachos, há uns dois anos, são exibidos in natura: grisalhos.
  •      -  Querida Maristela, só posso dar, no moçoilo, uma surra de beijos!!! rsssssssssssssss
  •      - Querida Lucia, você percebeu que um sentimento tão forte não podia ter sido em vão. Nenhum amor o é, não é mesmo? E Rodrigo Santoro  pode ficar quase isso quando estiver maduro e pegar uns quilinhos! rsssssssss Ah, e perder os cabelinhos!!! rsssssssssssssss

22 comentários:

  1. Rsrs!!
    Bom dia Cléa!
    Amei essa história :)
    (Por isso que qdo algumas pessoas te perguntaram,por onde andava o tal rapaz...
    vc nem respondeu né?!!!).
    Ficaram juntos no momento que Deus preparou.
    Que casal bonito!
    Que Deus continue abençoando-os.
    Bjs!

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    1. Pois é, Clau querida,
      Gosto de contar a minha história porque, além de crer que reacenda a esperança no futuro para qualquer pessoa, penso que ela é a prova de que não devemos lamentar certos acontecimentos em nossa vida. Devemos apenas confiar nas forças divinas que nos regem e sabem o momento certo para cada acontecimento. Nós não sabemos de nada!
      Quando eu era jovem e nada deu certo com o moçoilo, ficava perguntando pra Deus: "Por quê? Por quê não ficamos juntos se éramos tão felizes quando juntos estávamos?". Só recebi a resposta trinta anos depois! E entendi que Deus me poupara. Benção pura!
      Bjssssssssssssssss, quérida!

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  2. Oi Cléa querida,boa tarde!
    Que saudades de vir aqui,os dias que se passaram estive ausente pois era pra tentar reacender o amor por meu Blog,sabe eu o queria tanto e agora que o tenho tem dias que não sinto aquele amor do inicio,então pensei em deixar ele lá quetinho a minha espera e agora quando fico uns 3 dias sem velo e ao retorno leio um recadinho cheio de carinho como o seu Fico Muito Contente e o Amor do Inicio Retorno,obrigada por não se esquecer de mim.
    Agora quanto a este seu post,crê que me vi nele?,rsrssrsr.
    Eu e marido também assistimos filmes as 3 da manhã,e as vezes em uma conversa sobre nós e tudo que se passou fico boba de lembrar que quando ele era rapazote e curtiu muito black com suas calças boca sino eu ainda estava a engatinhar, e apesar de tudo tenho plena convicção de tinha que ser assim pois de outra forma não ia dar certo.
    Parabéns a você e seu esposo,com certeza seus filhos e netos sentem muito orgulho de vocês!Isso realmente é exemplo de amor e inspiração pra essa geração que na primeira briga já diz que o amor acabou pois não sabe amar nem a si próprio,quanto mais um cônjuge.

    PS:... seus cachos são um charme a parte,Beijosss da Pri

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    1. Oi, Pri, que saudade!
      Confesso que estava preocupada com sua ausência e é muito bom que esteja mais animada.
      Mas, com relação ao amor inicial ao blog, penso que não é a falta deste amor que a desanima. Na verdade, o blog traz novidades à nossa vida e queremos sempre ter novidades para partilhar! Será que não é isso, Pri? Às vezes me sinto assim, então vou ler as novidades alheias e aprendo muita coisa com isso!
      Bem, querida, quero saber se vc leu a postagem que fiz anterior a esta, pois as duas se complementam. Se não leu, sugiro que o faça, vai ser legal!
      E obrigada aos elogios aos meus cachos, eles são o que estão : o tempo passa e tem que registrar sua passagem de alguma forma, né não?
      Adorei que viesse,
      Bjssssssssssssssss, quérida!

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    2. Pois bem voltei e desta vez com lição de casa concluida,rsrsrsrs.
      Acabei de ler o post anterior e uma das minhas observações é sobre seu linguajar exemplo:eletrola ,aboletando isso é totalmente Nostalgico que lindo. Vou usar essas palavras aqui em casa.
      Mas olha realmente é incrivél como certas coisas acontecem sem você ao menos entender,como bem disse a Jô ele já era sua carametade que de principio parecia perdido,mas pelo vontade de Deus pros seus braços voltou e nele permanece.
      Que seja feita a vontade de Deus e não a nossa!
      BJS

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    3. Viu, Pri? É por isto que temos que continuar sempre e em frente, fazendo a nossa parte. O resto vem no tempo certo (se for a vontade do Criador).
      Bjssssssssssssss, quérida!

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  3. Ah Cléa sua danadinha, vc faz a gente se emocionar por etapa, primeiro fiquei triste pelo episódio passado, e agora essa história linda que vc traz.Realmente vc conseguiu me tirar uma lágrima do olho, e da mesma forma que dou risada a toa e sempre, choro por qualquer coisa. Adorei saber da sua história de vida com esse mocinho que um dia passou pela sua casa de mãos dadas e te feriu tão profundamente. Mal sabia vc que ele já era sua cara metade. E vc veja, quando eu era adolescente sofria altas fossas (lembra das fossas? hehe) por causa de um amor perdido, e mal sabiamos nós que Deus sabia e sabe o que está fazendo sempre amiga, porisso que sempre em minhas preces quando peço a Deus que me ajude a conseguir algo eu peço que seja feita a vontade Dele,pois sei que a vontade Dele sempre é a melhor para nós. Nossa Cléa linda, linda, apaixonante sua história de amor,porisso sempre acredito e prefiro acreditar que nem sempre dissemos adeus, mas sim que nos separamos para que o destino nos dê um reencontro feliz. Que voces dois sejam muito mas muito felizes para sempre. Adorei a fotos do dois. Bjos querida

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    1. Não foi de propósito, querida Josy: fiz em duas etapas porque achei que o texto ficaria muito longo. E olha que enxuguei bem para dar só em duas postagens: tem é coisa! Muita carne embaixo desse angú! rsssssssssss
      Pois é, menina, não sabemos de nada da vida mesmo! Por isto a nossa opção deve ser a de crer no poder de Deus e penso exatamente como você : devemos pedir o que é nosso por direito divino, não o que a nossa razão ou emoção deseja.
      Claro que lembro das fossas: curti um montão delas! rsssssssss E o seu amor perdido? Foi bom que o tivesse perdido? Tb quero saber, ora! rsssssssss
      Obrigada pelos votos de felicidade, Josy, é o mesmo que lhe desejo! Com toda certeza, vc merece!
      Bjssssssssssssss, quérida!

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  4. Ai peloamordedeus!!!!!!!!!!!!!!Vc não falou pra ele que eu queria dar uma surra nele né?....rs....rs....rs....Apaga aquilo logo senão quem vai tomar uma surra sou eu...rs....rs....
    Que furo que eu dei...rs...rs...
    fala pra ele que foi tudo brincadeirinha, não gosto de violência, além do mais sou bem pequena para qualquer ato neste sentido...rs...rs...
    Bjs

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    1. Ih, Maristela, ele riu pra caramba da sua idéia!!!
      E não se preocupe com a revanche, todos nós aqui somos como vc: detestamos violência! rssssssssss
      O que queremos pra todos vcs é muito amor, o amor que une os semelhantes!
      Bjsssssssssssss, quérida!

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  5. Cléa (coloquei seu nome com "i" nos meus comentários, me desculpa! Não erro mais!
    Que história, heim? Arrepiei. Deus o abençoe muito, para que essa dor doída que ele tem lhe dê trégua. O tempo ajuda muito, seu companheirismo, sua alegria, não foi por acaso que se reencontraram.
    Gostei dele, viu? Desejo toda a felicidade do mundo pra vocês. Beijo!

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    1. Não precisa desculpar-se, Lucia, acontece muito me darem este "i"! rssssssssssssssssssss
      É "A" história, né não? Costumo dizer que ele é muito forte, porque, de fato, esta dor é para sempre. E estou aqui, estamos aqui, procuro fazê-lo falar deles, falar sobre o que aconteceu, relembrá-los em momentos engraçados, normais ou, até mesmo, tristes. Porque não acredito que devemos pular as nossas dores, elas devem ser expostas e repartidas: ficam mais digeríveis, melhor entendidas e aceitáveis. Não sei se estou certa, mas penso que tem dado certo.
      Obrigada pela empatia com a história, obrigada por ter gostado dele, obrigada pelos desejos de felicidade - que também lhe desejo e aos seus amores.
      Bjsssssssssssssssss, quérida!

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  6. Taí o moço dos olhinhos apertados, e a minha pergunta respondida! rsss...

    Bom saber que ele veio pra perto, e perto está, na hora e no momento certos, e que vocês se bastam, e estão felizes, de mãos dadas, pra enfrentar a vida, os dois, juntos...

    Deus possa conservar, sempre, o amor, o respeito, e o companheirismo que os une,

    Meu abraço,
    Renata

    P:S: Com todo respeito, ele tá mais bonito hoje que naquele dia...rsss...desculpe, não resisti!

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    1. Desculpada, querida, até porque vc é bem maism jovem e, nos início da década de 70, aqueles cabelos eram a maravilha: quem não tinha queria ter (veja Caetano, Gal, Betânia!)? Daí que, posso lhe atestar e não porque estava apaixonada, ele fazia o maior sucesso! rsssssssssssssssssssssssss
      Hoje tb está bom demais! Só faltam mesmo os cabelos para eu me enrolar!
      Bjsssssssssssssssssssss, quérida!

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  7. Que blog mais chique!! Vou ler tudinho.
    Beijo.

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    1. Então leia, quérida, leia e divirta-se (a maioria é de divertir ou, pelo menos, relaxar!).
      Chique é vc que dá conta daquele montão de coisas e ainda tem bom humor e boa vontade para manter o seu blog e visitar os outros, parabéns!
      Bjssssssssssss, Deus a abençoa!

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  8. Histórias de amor são sempre um deleite para o meu coração....adoro....

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    1. Ih, igualzinho a mim!!! rssssssssssssssss
      Bjsssssssssss, quérida!
      Estou com saudades, estava na Serra e quase nem pude acessar, mas vou ler suas últimas postagens logo, logo!

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  9. Também estou com saudades de vc e de suas prosas uai mulher!! Então? Sumiu por que amiga? Some não...volte logo. Ah quanto ao meu amor perdido, tive sim um, foi meu primeiro namorado, sabe aquele amor louco, um apaixonado pelo outro,porém minha mãe era muito severa, não gostava dele de jeito nenhum, namoramos escondido por 2 anos miga, mas minha mãe venceu!! Acabamos nos separando, depois de 8 anos nos reencontramos casualmente, ele tinha casado, eu tbém, eu já tinha tido minha filha, e a mulher dele não podia ter, Enfim, relembramos dos velhos tempos, choramos, sentimos saudades, mas o destino nos separou novamente e desde então nunca mais o vi. Mas isso é história longa demais da conta miga, quero saber das suas. Volte logo que estou com saudades...bjocas

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  10. Obrigada querida Cléa, a reciproca é sinceramente do fundo do meu coração, verdadeira. Adoro seu blog e vc tbém, agora deixa eu ir la correndo ler sua prosa de hoje que já estava com saudades. bjos

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Muito obrigada por participar do meu blog com o seu comentário.
Bjssssssssssssssssssssssss