sábado, 28 de abril de 2012

"Voltei, aqui é o meu lugar, minha emoção é grande..."

      
        Dez dias! Dez dias só de longe, observando, me contendo, me segurando, aguardando para tomar posse da minha maquininha. Pensando mil coisas, com mil idéias gritando, com mil lembranças borbulhando na caixa do cérebro! Apanhar papel para escrever e ir anotando? Ah, seria ótimo e correto em tal situação, mas, vejam vocês: muita coisa aconteceu embolado nesses dez dias! Coisas que tiram a gente da rotina (isto é bom, mas também não é, outro dia falo disto) e não nos permitem parar sequer para uma anotação! Sei que já passaram por isso que digo, já passaram por esses furacões domésticos, burocráticos (imposto de renda, por exemplo), visitas inesperadas, viagem curta para matar saudades  e, na volta e na calmaria do furacão... tanta coisa para se organizar! Roupa suja a ser lavada, casa suja a ser limpa, coisas fora do lugar urrando que se guarde! Dá vontade de pegar a bolsa e fugir! Mas sou cagona, já falei, não fujo! De medo, mas não fujo.
       Daí que tive que encarar os bichos que se criaram por aqui. Ainda não liquidei todos, claro (aos cinco oitão estou mais lenta do que sempre fui!), mas até que dei conta de vencer algumas batalhas. Mas a maior ainda está por vir: terei que extrair um dente na próxima quarta-feira (deveria ter sido na quarta passada, mas procrastinei!) e estou me borrando, sério! Tenho medo de injeção! Quando mais jovem, só tomava a dita cuja segurando a mão de alguém! Agora não tem mais graça fazer isso, vão me chamar de velha fresca (eu sou, mas não quero pensar que me chamam assim!). E também, para ser bem sincerazinha, o ritual perdeu o encanto. Que ritual? O de segurar a mão de alguém, ora! Era um ritual. Que começou lá na infância, na manha de filha que quer colo, paparico, sabe? É, é que era a minha mãe quem aplicava as injeções quando necessário (inclusive, não aplicava só nas filhas não, a danada aplicava na vizinhança inteira!). Era um tal de chamar D. Nini no portão para levar espetada! Ela ia até na casa daqueles que não podiam se locomover, tão ruinzinhos estavam!
       E foi nessa época que desenvolvi a técnica do "só tomo se segurar a mão de alguém", servia qualquer uma, o importante era ter a quem apertar na hora da dor, sim , apertar! Não, eu não segurava simplesmente, nem deixava ou queria que apertassem a minha mão como quem dá força para um sofrimento, que o quê! Eu queria era apertar a mão que estivesse disponível naquele momento e descarregar a dor que sentia através de um apertão! Quem apertava era eu, aí não sentia tanto a dor da agulhada e do líquido entrando na carne! Técnica, pura técnica! Que me dava tempo para me acostumar com a idéia de que a injeção era inevitável e me dava, de lambuja, a atenção e o olhar piedoso e carinhoso da minha mãe (que, cá entre nós, era dos melhores!).
       E cá estou com, ainda, este monstro para abater: a anestesia! E com outro cagaço (além do da injeção): e se a minha pressão subir na hora da extração e me der um piripaque? É, porque transformei-me numa coroa enxuta e gostosa, mas, aos probleminhas de fabricação que já tinha, somaram-se outros adquiridos: a alta da pressão é um deles. E a danada sobe toda vez que fico com medo (e fico tanto, né? Imaginem! rsssssss). Ah, melhor pensar que, se eu der um piripaque, pelo menos já estou com algum pedaço  anestesiado e completamente sem noção, né não? 

       Cléa Siqueira

18 comentários:

  1. Oi Cléa :)
    Que bom que está de volta!
    Vc faz muita falta na blogosfera!
    Hahaha!!Me desculpe mas ri um monte do seu medo de injeções e anestesia!!rsrs
    Tem uma frase da Clarice Lispector,que tem a minha cara,e agora acredito que se pareça com vc também:
    "Eu tenho medos bobos e coragens absurdas."
    Ah,tenho uma dica pra sua pressão não subir:
    desde já comece a tomar um chazinho de (bom,aqui em SP chama erva-cidreira,aí no RJ,não sei!);mas de fato é muito bom.
    Faço pra minha mãe quase todos os dias e o resultado é a pressão sob controle,e aquela calmaria!
    Boa sorte no dentista e depois conte a façanha pra nós!
    Bjs!!
    Bom domingo,e ótimo feriado!

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  2. Ai, minha querida Clau,
    Muito boa lembrança e conselho: começar com o chazinho de erva cidreira (aqui tb chamamos assim!). Tenho conversado muito comigo, para me acalmar, sabe como é: tenho tentado fazer a minha cabeça! Auto-convencimento de que tudo é NORMAL... ai, Deus me ajude!
    De fato, a frase tb é perfeita para mim, só que o nosso medo "bobo" é visto por nós como um monstro, né não?
    Bom domingo e ótimo feriado procê tb!
    Bjsssssssssssssssss, quérida!

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  3. Cléa querida que saudades de vc amiga! Pensei que vc ainda estava sem pc, que bom que voltou, saudades das suas prosas gostosas de se ler como essa, não vou tirar sarro da sua cara, por que todos nós temos medo de algo, eu não tenho medo de anestesia nem injeções, não gosto, mas também não tenho medo. O meu maior medo é barata. Amiga aquilo ali, aquela coisa rastejante, horrorosa, horripilante não é criação de Deus, eu me recuso a aceitar isso. Mas é verdade, medos são muito pessoais,e não é nada bom, mas tenta tomar uma maracujina, tenta segurar a mão do dentista em últimos casos, mas não a mão que está segurando a anestesia ta? kkkk
    Bjos obrigada por sua visita. Bjos querida ah! e boa sorte com o dente

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    1. Oi, minha querida, tb estava roxa de saudades (e essa cor não combina muito comigo!rssss)!
      É, acho bom não tirar sarro não: mando um monte de baratas plásticas numa caixa aí pra Campinas! Claro que de plástico: bárata é mais um dos meus medos! rssssssssss
      Já falei pra Clau que vou tomar o chá de erva cidreira e vou tomar tb a maracujina, que vc lembrou bem, moral da história: vou estar relaxadinha na quarta-feira, né não? rssssssssssss
      Bjssssssssssssssss, quérida!

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  4. Que engraçado esse negócio de medo, né?

    Até quem a gente jura que não tem medo de nada, sente medo de alguma coisa: cada um com o seu...

    De injeção eu não tenho não, nem de anestesia...e pra falar a verdade, na hora que me vem os meus medos, que são muitos aliás, coisa que eu tinha vontade mesmo era de tomar uma boa anestesia, e deixar aquilo passar sem eu perceber...quem me dera!

    Como sempre voce me fez rir, que bom!

    Seja muito bem vinda de volta!

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    1. Ah, Renata querida, seria a oitava maravilha essa anestesia total! Mas podia ser em cápsula, né? Ou chá, ou um muffin, que tal? Mas em injeção, pelo santo buraco da Genoveva! Dá não! rsssssssss
      Que bom diverti-la, adoro fazer alguém sorrir, rir então, tudo de bom!
      Obrigada!
      Bjssssssssssssss, quérida!

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  5. Bem vinda de volta ao mundo da blogsfera Cléa querida,muito bom ter você aqui de novo com a gente!!!
    Medo de injeção,já tive muito,lá nas épocas da minha infância e por conta disso,quando ia ao dentista com minha mãe,se me comporta-se bem e deixasse a dentista anestesiar e tratar,ganhava da minha mãe,um sorvete no Bob's.
    Chorava e esperneava do mesmo jeito,mas depois ganhava o tal sorvete do mesmo jeito,acho que minha mãe queria amenizar a culpa que sentia de ver a filhinha em tamanho desespero.
    Moral da história: Toda dor,fisica ou emocional,é compensada por mim hoje,com guloseimas.AFF,não é à toa,que me sobram os kilos!!!rsrsrsrrs
    beijão e força na peruca,que picadinha de anestesia de dentista é bobinha que só!
    Patricia Petro

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    1. Também é muito bom estar com vcs, querida Patrícia!
      Olha, já li muito sobre essa história de compensar crianças com doces e, lá adiante... ferro nelas! Pois é, daí que... não, não havia essa história de docinho depois da dor com a D. Nini, não! Ela não era de barganhas, era "tchaca, tchaca na butchaca"! rssssssss
      E, pelo visto, vou ter que entregar-me ao sacrifício! Buáaaaaaaaa rssssssssss
      Bjsssssssssssss, quérida!

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  6. Oi Cléa!
    Você tem que pensar que se ganhou tantas batalhas certamente essa vencerá. O medo é uma desgraça mesmo, mas se não tem jeito o negócio é consumar o fato. Vai lá menina, força!
    Beijinhos e uma ótima semana apesar da anestesia!rsss

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    1. Oi, querida Valéria,
      Não tenho saída mesmo, estudei vááárias possibilidades, mas não EXISTEM! rssssssssss E é isso mesmo: se já venci outras batalhas, vencerei esta tb!
      Vou permitir a consumação do fato (ou do ato?)! rsssssssss Vai que gosto??? rsssssssssss
      Bjssssssssss, quérida e obrigada pela força!

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  7. CLÉA TODAS NÓS TEMOS MEDO DE ALGO E ISSO NÃO É VERGONHA NENHUMA SE PRECISAR LEVE UMA PESSOA PARA SEGURAR SUA MÃO SIM PORQUE ISSO NOS TRANSMITE MUITA SEGURANÇA!
    ADOREI QUE VC VOLTOU!
    GRANDE BEIJO

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  8. Minha querida Eliana, tb adorei ter voltado e, mais ainda, receber visitas tão carinhosas quanto a sua!
    Pois é, estava pensando justamente nisto ainda há pouco: arrumar companhia para o "evento"! rssssssss E, tb concordo: segurar a mão de alguém transmite segurança, dá coragem, dá força! Obrigada pela sugestão!
    Bjsssssssssssss, quérida!

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  9. Bem -vinda dona Dodoca!!Vc faz muita falta aqui e aí, então, trate de ficar calminha. Tome água de flor de laranjeira, repita pra si mesma:"não vai doer nada(50 vezes_se precisar +50) e carregue uma mão amiga com vc no dia da dolorosa.Vai se vapt-vupt, não vai dar nem pra sentir.Ah!Coma muito chuchu refogadinho que é bom pra baixar pressão.
    Muita calma nessa hora, viu?
    Fé e garra( que vc tem de montão).
    Boa semana:)
    Bjos,
    Calu

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  10. É, querida, já fiz meus contatos pra arrumar a mão sobressalente! rssssssssss Gostei da lavagem cerebral: 50 vezez, mais 5o vezes, mais 50 vezes, ah um cacetão de vezes até me convencer! rssssssss
    Já havia ouvido falar dessa propriedade do chuchu, quer dizer que é sério mesmo? Ótimo! Fácil, né? Valeu, meu bem!
    Bjsssssssssssssss, quérida! Boa semana procê tb!

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  11. Que ótimo que voltou. Caracasssssssss será que não tem um técnico de informática mais rápido aí no Rio?
    Agora, adoro seus cagaços (me perdoa), mas não tem como ler e não cair na risada, é demais.
    Não tenho nenhum conselho bom para te dar não, mas se você não pode combater o mal, junte-se a ele. Vai dar tudo certo, é só o maldito medo mesmo que consome muita energia. Fica tranquila.
    Bjs

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    1. Olá, querida,
      Meu técnico fez acessoria remota de Sampa!!! Viu, que chique? E ainda não está concluída, apenas uma meia sola que me permita esses contatos com vcs!
      Pode gostar dos meus cagaços e ria mesmo, porque é pra rir! Como dizem, rir é o melhor remédio! rsssssssssssssss
      Só de saber que vcs estão na torcida, já penso que tô corajosa! rssssssssssss
      Bjsssssssssss, quérida e obrigada!

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  12. Olá Cléa!!! ( vi nos comentários e vou te chamar assim, se esse for teu nome, rsrsr).
    Sempre tive um grande pavor de dentista, a primeira vez que fui, quando criança, senti uma dor horrível e assim começou meu medo, que trago comigo até hoje. Tenho 25 anos e para ir no dentista preciso que alguém vá comigo, pois se tiver que ir sozinha, não vou, rsrsrs. Mas felizmente encontrei uma dentista muito amorosa, que não me deixa sentir dor, sempre aplica a anestesia, realmente a dor da aplicação não é muito gostosa, mas aprendi a suportar, pois só com ela me senti a vontade. E percebi também que um pouco da dor que sentia era psicológico. Pois toda vez que sabia que tinha consulta, no dia anterior meu dente já começava a dor, rsrsrs. Consegui trabalhar um pouco isso, ainda tenho, mais consigo controlar, rrrs. E não tem nada de vergonha nisso e ninguém pode te julgar por isso. Conheço uma pessoa, com quase 40 anos, que não pode ver um sapo, que desmaia, mais desmaia mesmo, de baixar a pressão e tudo. O tal do medo é triste mesmo, rsrs.
    Sempre quando passo tempo longe de casa, levo uns 3 dias para voltar ao normal e começar as tarefas domésticas. Parece que mesmo deixando a casa organizada e limpa, tenho a sensação que ela está virada de cabeça para baixo, rsrsr.

    O tal do primer é algo maravilhoso que descobri. Ele prepara plástico, metal, madeira... para a tinta pegar melhor. Você passa 2 demãos dele e depois passa a tinta, ela pega facilmente e a pintura fica bemmmmmmm melhor!!!

    Bjussssssssss e obrigada pelo comentário carinhoso.
    Seus textos são divertidíssimo.

    bjussssssssssssss

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    1. É Cléa, sim, Geh, pode chamar que é isso mesmo!
      Vc falou a tal história do sapo e lembrei de uma prima que passava mal até de ver fotos de cobras! rssssssssss Nós ríamos muito dela!
      Pois é, vivo dizendo pro meu medo que ele não é REAL, é fruto da minha imaginação, mas pergunta se ele acredita? rssssssssss Só que não perco a esperança não, um dia ele acredita e some, né não?
      Oh, quer dizer que o tal do Primer é isso, né? Vivendo e aprendendo!
      Obrigada a vc, Geh, pela visita, pela atenção, pela explicação e pelo elogio aos textos!
      Bjssssssssssssss, quérida!

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Bjssssssssssssssssssssssss