terça-feira, 12 de junho de 2012

O primeiro a gente nunca esquece!

      
       Eu e minha irmã caçula tivemos uma época de convivência muito boa quando jovens, daquele tipo "tô contigo pro que der e vier!" e andávamos para cima e para baixo juntas. Isso começou a acontecer um tempo depois que a mais velha começou a namorar. Aí, né, já viu: quem namora não tem mais tempo pra nada! Irmã então, nem pensar! Daí que, o lado bom desse namoro, foi que eu e Zezé nos aproximamos mais. Aos meus olhos ela deixou de ser a caçulinha para ser a amigona! Muito bacana!
       E o mais interessante era que todos nos achavam parecidésimas e pensavam que éramos gêmeas! Caduquice do povo, gente, não somos parecidas a esse ponto! Mas, tinha gente que achava, então nós sorríamos e fazíamos aquelas carinhas belezuras de quem concorda. Pronto. Todos satisfeitíssimos! E a dupla dinâmica ia pra baixo e pra cima juntinha, cada vez mais gêmeas (aliás é o signo dela, agora atinei com uma coisa: o meu é Peixes, também tem dois, né não? Dois personagens para representar os signos de Gêmeos e Peixes, ih, será que tem a ver com... com quê? Ah, com essa história de acharem que éramos gêmeas! rsssssssssss).
       Ah, mas era super legal! Se uma ia na padaria, a outra ia junto. Se uma ia ao centro do bairro comprar alguma coisinha que a mãe pedira, a outra ia junto. Se uma ia assistir sessão da tarde, chamava a outra para assistir junto. E por aí afora.
      Um dia, ao irmos até a padaria (que não era tão perto assim, andávamos bem uns quatro ou cinco quarteirões longos), umas meninas da vizinhança, ah, umas que considerávamos metidinhas e, na linguagem de hoje, meio periguetes (que horror que estou falando! rsssssssss), ficaram implicando com a gente. Provocando mesmo! O pior é que elas metiam medo porque eram garotas que adoravam um bate-boca, um escândalo, umas trocas de tabefes na rua. Imagine se eu, a rainha do cagaço, ia me meter a valente com tais criaturas? Claro que... sim, eu resolvi  fazer um muchocho ou alguma coisa dessas! Algo besta que, repito, sou muito cagoninha! Aí elas riram e nos ameaçaram. Coisa do tipo " se passarem na frente da minha casa e olhar, vai ter!", manjam? Pois é, por conta disso, eu e minha irmã, passamos a estar sempre vigilantes na hora de passar no quarteirão em que elas moravam.
       Creio que, por conta desse cuidado excessivo naquele trecho da rua, nem eu nem Zezé prestávamos muita atenção às pessoas em volta, aos passantes, aos transeuntes. Até que num daqueles dias, ao irmos comprar os pãezinhos (eram do tipo careca doce, conhecem? Essa padaria era expert neles!), observei que vinha em nossa direção, um pouco ainda ao longe, um homem pedalando sua bicicleta. O que me chamou a atenção sobre ele é que o selim de sua bicicleta estava solto e vinha balançando entre suas pernas, o que dava uma sensação meio ambígua, convenhamos. Cutuquei Zezé  e falei disfarçadamente sobre o dito selim do dito homem, que já estava bem mais próximo (não se esqueçam de que nós duas íamos e ele vinha, ainda por cima, na bicicleta). Zezé olhou rápido, segurou o meu braço e falou entre os dentes:
       - É o piru dele, Cléa! Aperta o passo pra gente passar por ele rápido!
       Andamos ligeiras, esbaforidas, temendo ser agarradas por aquele tarado! Ele passou por nós rindo cinicamente. Ah, gente, claro que sei que ria porque olhei! De esguelha, mas olhei, claro! Deu pra ver aquele sorriso de exibicionista e... aquele membro exposto, teso, a balançar com o movimento da bicicleta (ele vestia um short que, até hoje, não sei se estava rasgado ou se aquele espécime era tão grande que passava pela perna do short para fora!). Então, chegamos à padaria, cansadas pelo aceleramento da caminhada e rindo pra chuchu de nervosas, afinal, era o primeiro membro masculino que víamos ao vivo e a cores! E o primeiro a gente nunca esquece!

       Cléa Siqueira
      
       
      

28 comentários:

  1. Convido-te a conhecer um Homem de papel
    Convido-te a olhá-lo num espelho de água

    Boa semana

    Mágico beijo

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    1. É, Sr. Profeta,
      aceitei seu convite e fui conhecer o homem de papel. Interessante, como as outras poesias que li.
      Boa semana procê tb!

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  2. Oi Cléa :)
    Que história excêntrica!rsrs
    A maneira a qual vc e sua irmã viram um membro masculino,
    ao vivo e a cores,(pela 1ª vez,foi hilária).
    Até imagino vocês ofegantes e fugindo do tarado!kkkkk
    Bjs!
    Boa tarde!

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    1. Mas não é, menina!
      Confundir um pênis com um selim de bicicleta é coisa de cegueta! rssssssssssss E eu era (e sou) e nem sabia, mas essa é outra história! rssssssssss
      Foi uma mistura de pânico e diversão, como se estivéssemos no meio de uma aventura!
      Bjssssssssssssss, quérida! Boa tarde procê tb!

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  3. ahahaaaaaaaa caramba muito engraçado o causo ri tanto que chorei!
    Cléa vc é muito engraçada!!
    grande beijo

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    1. Oi, Eliana,
      Então valeu à pena ter vindo me visitar: deu uma relaxada! rssssssss
      Sempre penso como aquele ditado: "Se a vida lhe dá um limão, faça uma limonada!", então, acabo rindo das vicissitudes. Nem sempre na mesma hora, claro!
      Bjsssssssssss, quérida!

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  4. kkkkkkkkkkk Ai amiga ri muito com sua confusão, enxergar um selim na sua mais pura inocência e o tarado sem vergonha com o pingulim de fora. Agora quando eu estava lendo seu texto imaginei que viria por ai uma bela surra das metidinhas periguetes, vamos combinar que foi bem melhor sair correndo do tarado, do que apanhar das metidinhas ao vivo e a cores. kkkk Adorei seu texto como sempre. Bjocas. a noite te mando email

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    1. Mas nem duvide, amiga, nem duvide: muito melhor correr do tarado do que apanhar daquelas criaturinhas xexelentas! rsssssssssssss Ia ser difícil elas me pegarem: corro bem, quer dizer, corria, né? rsssss
      E vc acredita que a implicância durou até a gente já moças, eu já com meus vinte anos, e as praguetes ainda olhavam desafiadoras para nós? Não sei o que é que eu e minha irmã tínhamos que as incomodavam tanto!
      Mais uma vez obrigada, estou aguardando o e-mail!
      Bjssssssssssssssss, quérida!

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  5. Só você mesmo para no dia dos namorados trazer este texto. Vai no JÔ contar isso, tenho certeza que a platéia virá a baixo. Muito inspirador....a dar muitas risadas.

    bjs

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    1. Oi, querida Lourdes,
      você fica me atiçando, me atiçando, me atiçando, que vou começar a acreditar na minha veia (de véia) humorística e me lanço no mundo do artístico! rssssssssssssssssss
      Mas pode deixar, qdo Jô me entrevistar, vou pedir um espacinho pra contar uns casinhos do interior do interior, ok? rssssssssss Já vou começar pesquisando e tomando notas! rssssssss
      Bjsssssssssssssss, quérida!

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  6. Você pelo visto, além de cegueta agora é doida. Menina do céu...kkk
    que história mais maluca e pornográfica....kkkkk. Nessa você se superou...kkkk
    Acho que essa história de irmãs andarem juntas antigamente, já era motivo para as pessoas acharem que eram gêmeas. Eu e minha irmã, que não é gêmea coisa nenhuma (ela é alta - eu baixinha, ela tem olhos verdes - eu castanhos, ela é mais loira - eu agora tingida)sofríamos com isso. E minha mãe, para piorar as coisas, nos vestia com roupas iguais. Pelo amor de Deus né, aí a gente crece meio tan tan e não sabe de quem é a culpa...

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    1. Ah, que isso, Maristela?
      Eu, pornográfica??? rssssssss Menina, essa história aconteceu mesmo!!! É sério!!! E foi exatamente deste jeito que contei! Não é doidice minha! Eu é que, depois de passado o susto, passei a rir muito dessa história por não ter enxergado logo de saída o que se exibia na minha frente! rssssssssssssss
      Na verdade, falando sério mesmo, a palavra certa para isso é: INOCÊNCIA! Eu era tão inocente que nem poderia imaginar que um simples mortal fosse capaz de fazer isto: mostrar o pinto deliberadamente para sentir prazer só de mostrar! Não passava pela minha cabeça de jeito nenhum, não se falava sobre essas coisas lá em casa.
      Quanto a vestir irmãs igual, passei pelo mesmo problema com esta minha irmã: só que qdo éramos crianças ainda, até uns oito, nove anos.
      Ah, e a culpa sempre é da mãe! rsssssssss É o que vivo dizendo às minhas filhas quando elas reclamam de alguma coisa que não está bem resolvida em suas cabeças! rssssssssssssss
      Bjssssssssssssss, quérida!

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  7. Oi quérida!
    Tava tão estressadinha, e acabei rindo muito do seu post, rsrs.
    E olha, de fato: O primeiro a gente nunca esquece, rsrsrsrs.
    Tô aqui imaginando a cena.
    Beijos minha linda!

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    1. Minha querida,
      Tomara que o stress tenha ido pra "tonga da mironga do kabuletê"!rssssssssontade
      Eu preferia ter sido "o segundo a gente nunca esquece". Ou o terceiro. Quiçá o quarto! Mas "aquele" inesquecível, né? rsssssssssssssss Porém, o que fazer se faz parte da natureza humana esses desvios de conduta? Ainda bem que foi só visual! rsssssssssss
      Bjsssssssssssssssss, quérida!

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  8. Cléa, só você para me fazer desanuviar a mente...
    Também passamos por um tarado, que todos os dias, com hora marcada, ficava se exibindo numa esquina movimentada da avenida em que eu morava, mas "naqueles tempos" (quase na era de Cristo...rsrs) lá era parado e acho até que nem só a meninada via, mas muita gente grande, pois isso durou meses e ninguém fazia nada para ele ser preso. Claro que nunca comentamos em casa, se não nem sairíamos mais, mas pelo que me lembro, a gente nem achava que ele fazia algo errado, achávamos era esquisito e como ficávamos do outro lado da avenida, nada víamos direito, era só insinuado. Acho que ele se exibia pra alguém, em algum prédio, e a gente ficava de cá, tantando adivinhar o que era aquilo...Bons tempos, os da inocência...Beijo!

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    1. Oi, Lucia querida,
      Desaniviou? Que bom! A proposta era essa: dar um pouco de leveza ao dia de quem lesse. Objetivo alcançado, portanto!
      Sempre tem um exibicionista à espreita de alguém (ou "alguéns")! Aliás é disso que vivem e não se extinguem. Faz parte do processo humano. A vantagem é que geram histórias curiosas e engraçadas.
      E, de fato, a nossa inocência é que gerava situações de adrenalina sem , exatamente, um perigo!
      Bjsssssssssssssssss, quérida!

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  9. kkkkkkkk, travessuras em dupla são muito boas,Cléa.
    Primeiro o susto, depois o medo, depois o riso.Acho que todo mundo já se viu num causo assim.
    Exibicionistas tarados estão à solta desde sempre.Ainda bem que o medo nos fazia por sebo nas canelas.
    Bjkas, flor que ri.
    Calu

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  10. Oi, querida, e não é?
    Sempre houve pessoas com essa natureza e sempre houveram mocinhas que corriam muuuito!!! rsssssssssssss
    Bjsssssssssss, quérida!

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  11. Quérida, o que seria da minha sexta, sem seus textos, adorooooooooooo...e vc como minha Gostosura tem um jeito de fazer tudo ter sido uma belezura que dá gosto, tenho até a sensação de que estou lendo as coisas que ela escrevia.
    obrigadooooooooooooooooooooooo

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    1. Cucla querida,
      Sinto-me honradíssima com a comparação, pois a minha aproximação de sua mãe, tenho certeza, não foi casual. Através dela, muitas coisas e pessoas aconteceram em minha vida, portanto agradeço a você a gentileza da comparação e a ela ter-me conduzido até aqui. E não deve ser por acaso que temos semelhanças, mas isso já é plano que desconhecemos, né não?
      Bjssssssssssss, quérida menina, Deus a abençoa!

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  12. Oi Cléa!!!

    Gostei de sua história,amiga!E viajei com você,pelas suas lembranças...desde as meninas implicantes ao tarado ciclista...e ainda bem que estavam em dupla,não é mesmo?
    Também fui muito amiga de minha irmã mais nova e não nos desgrudávamos...já saímos correndo de um cara mal encarado,já levamos bronca dos pais,ah amiga,recordar é muito bom...

    Bjsssss,
    Leninha
    http://leninha-sonhoseencantos.blogspot.com
    http://tudoaver-leninha.blogspot.com

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    1. Oi, Leninha querida!
      Recordar é, de fato, muito bom! Tenho feito isto numa espécie de exercício, porque, às vezes, surge um flash que não encaixo. Então ligo pra irmã mais velha - que tem memória muito boa da nossa infância - e peço socorro!
      Daí que tenho exercitado narrar certos acontecimentos. Para fazer rir tb, que é muito bom, né não?
      Bjssssssssssss, quérida!

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  13. KKKKKKKKKKK, não me aguentei sem dar umas boas risadas. Mas esses danados sempre estão soltos por aí, o que ñ é nada agradável desta maneira, assustando, mas como narrativa ótimo! Bom fds, bjs.

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    1. Oi, Esplendor, bem vinda!
      Sempre, desde que me entendo por gente (e tem tempo! rssssssssssss) existem esses danados à solta. E, como vc disse, não é nada agradável, só serve como narrativa e risadas depois do susto!
      Bjsssssssssssss, quérida!

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  14. Aff que horror... se fosse eu estava correndo até agora, rsrsrs

    VoCê e suas histórias !!!

    Bjus 1000 lindona

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    1. Oi, querida!
      Ah, mas se eu estivesse sozinha tb estaria correndo até agora!!! rsssssssssss
      Só que o legal mesmo seria partir pra cima do sujeito gritando, escandalizando, pra todo mundo acudir e pegar o safado, né não? Esse é um dos meus sonhos de consumo: pegar o exibicionista! rssssssss
      Bjsssssssssssss, quérida!

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  15. OI CLÉA!
    ME MATEI DE RIR!
    O QUE COLOCAS SOBRE TU E TUA IRMÃ, ME REPORTOU, PORQUE ACONTECIA O MESMO COMIGO E A MINHA, APESAR DELA SER DOIS ANOS MAIS VELHA QUE EU, TEVE UMA FAZE DE NOSSAS VIDAS QUE TAMBÉM PENSAVAM SERMOS GÊMEAS E NÓS TAMBÉM DÁVAMOS A ENTENDER SER VERDADE.
    ABRÇS

    zilanicelia.blogspot.com.br/
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    1. Oi, querida Zi,
      E esta coisa de acharem que éramos gêmeas, durou muuuuito tempo! Pra vc ter noção, teve muito aluno meu que a cumprimentou na rua achando que era eu ( e ela respondia, a danada!) e alguns pacientes dela (ela é cardiologista) me paravam na rua pra falar sobre medicamentos, imagine! Eu tinha que esclarecer que não era ela, claro, mas eles sempre olhavam meio desconfiados. Rsssssssssssss
      Bjssssssssssssss, quérida!

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Muito obrigada por participar do meu blog com o seu comentário.
Bjssssssssssssssssssssssss